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segunda-feira, 17 de março de 2008

"Mato Grosso "divide" com Justiça receita de tributos "

Por RODRIGO VARGAS da Agência Folha, em Cuiabá


De cada R$ 100 que o governo de Mato Grosso arrecadou nos últimos dois anos em ações judiciais para a cobrança de tributos, R$ 20 foram para os cofres da própria Justiça.
Um protocolo de intenções, assinado em 2003 pelo governador Blairo Maggi (PR) e o então presidente do TJ (Tribunal de Justiça), o desembargador José Ferreira Leite, estabeleceu uma participação de 20% sobre "o valor total das execuções efetivamente convertidas em receita aos cofres públicos".
Às 20h35 de sexta-feira, a assessoria de imprensa do TJ avisou a reportagem que o acordo havia sido cancelado por iniciativa do atual presidente, o desembargador Paulo Lessa, e que uma nota sobre o assunto fora divulgada no portal do TJ na internet. A nota, sob o título "TJ cancela protocolo de intenções", foi publicada às 19h20. Por volta das 21h, o portal saiu do ar, com informação de que estava em manutenção.
Um dos itens do protocolo previa que o TJ "orientasse" os juízes e servidores das comarcas a dar "máxima atenção possível" às ações movidas pelo governo contra os contribuintes, "especialmente nos executivos fiscais de maior valor".
Durante a semana, o governo disse que o acerto foi colocado em prática. De acordo com o procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento, foi a maneira encontrada para custear o trabalho dos oficiais de Justiça em suas diligências.
Segundo Nascimento, o Estado arrecada, em média, R$ 1 milhão por meio de ações judiciais de cobrança, a cada mês. Isso significaria algo em torno de R$ 200 mil mensais de repasses extras ao TJ. "Nosso território é muito grande e, por falta de recursos para as diligências, as ações estavam paralisadas. Este foi o mecanismo que encontramos para viabilizar o pagamento", disse.
O dinheiro não tem o objetivo de interferir no resultado final das ações, afirmou Nascimento. "O TJ faz parte do Estado. E os recursos vão para o Poder Judiciário, não para os juízes. O repasse não compromete a independência das decisões."
Nas ações de cobrança de tributos, o juiz analisa a defesa do contribuinte. Pode declarar nula a dívida ativa e extinguir a execução movida pelo Estado. Pode ainda reconhecer a prescrição da cobrança ou a inconstitucionalidade do tributo.
Em novembro de 2007, a Corregedoria Geral de Justiça encaminhou aos juízes de Mato Grosso ofício circular no qual solicitava uma varredura nos processos de cobrança arquivados nos dois anos anteriores.
O objetivo, segundo o documento, seria possibilitar a "cobrança dos valores a que o Judiciário tem direito". O ofício, assinado pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, dizia: "Determino que seja informado, em um prazo de 60 dias, quais foram os valores recebidos pela Fazenda Pública Estadual, correspondentes a cada processo de execução fiscal".
Em outro ofício aos juízes, também de novembro, Perri encaminhava a lista de ações de execução fiscal em andamento. O documento pedia que os processos listados fossem movimentados "rumo à solução final, qualquer que seja o resultado", e dava prazo de seis meses para que as comarcas informassem "em quantos deles houve pagamento ou parcelamento da(s) dívida (s), assim como os respectivos valores". À Folha, dias antes do cancelamento do acordo, Perri negou ter tentado exercer qualquer tipo de pressão sobre os juízes.
Questionado, Nascimento disse não ter conseguido levantar, na Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), os números exatos sobre os repasses mensais ao TJ. Mas ressaltou que o acordo seria desfeito em 2008.
De acordo com dados da Sefaz, o governo arrecadou cerca de R$ 100 milhões de sua dívida ativa-estimada em R$ 3 bilhões --desde 2003. Nos últimos dois anos, foram R$ 34,4 milhões. A maior parte do valor foi obtida por meio de ações de execução fiscal.
Fontes:
Em: 16/03/2008 - 08h32
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Flamarion M. Campos :.Jr.:

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Aproveitar o Tempo

Apostila (11-4-1928)

Aproveitar o tempo!
Mas o que é o tempo, que eu o aproveite?
Aproveitar o tempo!
Nenhum dia sem linha...
O trabalho honesto e superior...
O trabalho à Virgílio, à Mílton...
Mas é tão difícil ser honesto ou superior!
É tão pouco provável ser Milton ou ser Virgílio!

Aproveitar o tempo!
Tirar da alma os bocados precisos - nem mais nem menos –
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Pôr as sensações em castelo de cartas, pobre China dos serões,
E os pensamentos em dominó, igual contra igual,
E a vontade em carambola difícil.
Imagens de jogos ou de paciências ou de passatempos
Imagens da vida, imagens das vidas. Imagens da Vida.

Verbalismo...
Sim, verbalismo...
Aproveitar o tempo!
Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
Não ter um acto indefinido nem factício...

Não ter um movimento desconforme com propósitos...
Boas maneiras da alma...
Elegância de persistir...

Aproveitar o tempo!
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

(Passageira que viajaras tantas vezes no mesmo compartimento comigo
No comboio suburbano,
Chegaste a interessar-te por mim?
Aproveitei o tempo olhando para ti?
Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
Qual foi o entendimento que não chegámos a ter?
Qual foi a vida que houve nisto? Que foi isto a vida?)

Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.

((Álvaro de Campos))

Encontrei este poema num site e decidi publicá-lo, ele fala de mim.

■■■Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br/facam10.html

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tempo...


Outra lacuna no blog...

Tempo, é o que preciso saber controlar...


É estou sem tempo e sem criatividade... rs.


Mas quero hoje desejar uma ótima semana à todos.


Que o tempo esteja a seu favor, sem correria, sem pressa.


Abraço.


ƒlamarion Jr.:

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

"Às favas com o escrúpulo"








No dia 12 passado a Assembléia Legislativa de Mato Grosso sabatinou e aprovou dois novos Conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado. Um deles provocou grande alvoroço e até um Mandado de Segurança Preventivo impetrado pelo Ministério Publico estadual no Tribunal de Justiça, tentando impedir com que seu nome fosse aceito. Isso é comum acontecer? É corriqueiro o Ministério Público tentar barrar um nome para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas? Não que eu tenha notícia.
No outro dia de sua sabatina (dia 13), Inês amanheceu morta e mesmo com toda a polêmica em torno do seu nome, o até então sabatinado, amanheceu nomeado. Na sexta-feira, dia 14, foi empossado. Tudo se deu numa rapidez que choca qualquer um que tenha um mínimo de discernimento.


Mas quem é essa pessoa que mereceu o repúdio do Ministério Público e a ultra-agilidade do Executivo em assinar sua nomeação e empossá-lo? Trata-se do deputado Humberto Bosaipo.

Bosaipo estava em seu quinto mandato consecutivo de deputado estadual. Partícipe de importantes momentos da política de Mato Grosso. Acumula em sua carreira tantos feitos e realizações políticas quanto ações no Ministério Público. São 50 ações civis públicas pela prática de "atos que resultam em improbidade administrativa".(...)
Em toda sua carreira parlamentar, segundo informações da Assembléia de Mato Grosso, Bosaipo figura como autor individual de 239 leis que vão desde declarações de utilidade pública até a criação de municípios. (...) Mas Bosaipo fez mais que isso, ele também aparece em "diversas ações penais com acusação de peculato e formação de quadrilha das quais 2 (duas) a denúncia já foi recebida", como está no documento do Ministério Público, nº 1119840/2007, entregue aoTribunal de Justiça.
Ah mas nenhuma das 50 ações de improbidade administrativa e nenhuma das ações penais com acusação de peculato e formação de quadrilha foram transitadas em julgado, alegou o desembargador Licínio Carpinelli Stefani, ao negar a liminar ao mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público. O desembargador usou o princípio da não culpabilidade, isto é, "ninguém pode ser tratado como culpado qualquer que seja a natureza do ilícito penal cuja a prática lhe tenha sido atribuída sem que exista a esse respeito decisão judicial condenatória transitada em julgado".
Está certo! Aí vem o cidadão comum, aquele que, se confirmadas as suspeitas do MP, foi o lesado pelo deputado, e questiona: como é que alguém com 50 ações civis de improbidade administrativa, mais oito processos criminais por peculato e formação de quadrilha, pode ter a "idoneidade moral e ilibada reputação" exigidas constitucionalmente para ocupar tal cargo?
Está certo! Estão todos certos. Erradi é o cidadão comum, aquele para quem a lei existe com todos os seus rigores e o responsabiliza por cada um dos seus atos. Esse cidadão que ainda tem a consciência dotada de sentido moral se sente ultrajado e impotente.
O novo conselheiro é uma má pessoa? Não o conheço, mas com tantas pendências a serem esclarecidas na Justiça e perante a sociedade, não me parece probo ocupar um cargo onde terá a competência de julgar outros por atos que ele próprio é acusado de ter cometido.
E assim a imagem da Instituição Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, que já não era das melhores, consolida-se como uma instituição de indoneidade duvidosa. Sob suspeição ficarão seus atos, suas decisões e seus relatórios. Será o ônus por não zelar pela sua própria reputação, por não partir dela a exigência de critéiros mínimos para formação de seu quadro. Talvez tenha chegado a hora de repensar o Tribunal de Contas e analisar a sua real utilidade.
Este episódio que aconteceu em Mato Grosso, e é bom que o Brasil tome conhecimento, foi só mais um capítulo degradante que imbeciliza e emporcalha o Estado, tudo com aprovação do Legislativo, aval do Executivo e as bençãos e aplausos da Justiça, dando a sensação de que todos mandaram às favas o escrúpulo.

***Texto extraído, parcialmente, do Jornal "A Gazeta", Caderno "Opinião", página 2A. Cedido gentilmente pela escritora e economista Adriana Vandoni.
Fotos: Fonte Site do TCE

Flamarion .:Jr.:

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Feliz 2008! De volta ao blog!


É o ano de 2008 já começou a exatos 29 dias e somente agora tive tempo

para postar...


Mas, garanto que esse ano o blog vem com tudo, muitas novidades, muitos

textos, críticas, poemas, bom aquilo que há de bom vou tentar trazer pra

esse cantinho...


Gostaria de agradecer aos leitores, e dizer que o blog mal começou e a já

fomos convidados até pra participar do "Debate MTV" no ano passado.


Bom eu não pude ir, devido alguns problemas, mas fiquei contente em

saber que fui "visto"...



Peço perdão pela demora em postar e assumo aqui uma nova fase no blog!



Espero que gostem,



Um grandioso 2008 a todos!



Flamarion .:Jr.: